A minha alma ficou tanto
tempo em silêncio, adormecida, numa tentativa talvez de não sentir não sofrer
não querer. Mas o que é a alma do poeta senão uma busca incessante pelo que
nunca será satisfeito, essa saudade dolorida do que nunca se chegou a ter e até
mesmo daquilo que não se quer esquecer?
Esses encontros e
desencontros da minha vida, esses inúmeros amores ilusórios em busca de um amor
que nunca chegava, as muitas dores endureceram meu coração e aos poucos a razão
foi roubando de mim a melancolia, a loucura e os sentimentos que trazem toda
minha inspiração, então eu fiz algo terrível, joguei fora todos os meus
manuscritos, eu queimei muitos e a outros eu piquei em mil pedacinhos, mas de
que adianta? Hoje eu descobri que ainda tenho aquela coisa arraigada dentro de
mim, e hoje foi mais forte que eu, então simplesmente comecei a escrever.
Voltei. Como quem acorda
de um sono longo e profundo.
Ana Paula Barros
Muito,muito show...
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